As regulamentações restritivas ao consumo de tabaco, que, por conseguinte, atingem a toda a cadeia produtiva, correm à velocidade de um carro de fórmula um. Em contrapartida, as ações que buscam alternativas para os fumicultores caminham a passos de tartaruga. É paradoxal: primeiro, procura-se destruir o setor para, depois, quem sabe, apontar alternativas de reconversão. No Brasil, mais de um milhão de pessoas depende diretamente da produção de tabaco e, de forma indireta, mais um milhão e meio de pessoas. A arrecadação de tributos, em 2009, superou o valor de R$ 8,5 bilhões. Já o custo de atendimento das supostas doenças relacionadas ao tabagismo, dito por um ex-ministro da Saúde, foi inferior a R$ 400 milhões. Não queremos afirmar, com isso, que o cigarro não produz vítimas. Fumar ou não é escolha de cada um, assim como é opcional o consumo de outros produtos, muitos apresentados em forma de alimentos ou de bebidas que, igualmente, carregam os mais diversos aromatizantes artificiais, conservantes, umectantes e outros produtos químicos. Embora ingeridos diariamente, não existe grande preocupação em alertar sobre os malefícios que causam. O bom senso recomenda avaliar os benefícios e os malefícios de qualquer atividade. Com a cadeia produtiva do tabaco isso não acontece. Criam a ideia de que só existem malefícios. De forma alguma queremos ser acusados como insensíveis à questão da saúde. Existe, inclusive, regulamentação, aceita pelo setor, que adverte sobre o consumo de cigarros. Só não podemos concordar que milhões de pessoas, que mantêm seu sustento com uma atividade lícita, sejam jogados no grupo que hoje recebe o Bolsa-Família. Pelo contrário. Queremos que continuem vivendo em suas diminutas propriedades, cuja área média é de 16,5 hectares, assim como as 43 mil famílias que não possuem terras, mas que trabalham e produzem de forma digna. Diante de tudo isso, a pergunta que fica: quais são os verdadeiros motivos da perseguição ao tabaco e onde os grupos antitabaco, que são sustentados com milhões de dólares vindos de diversas partes do mundo, querem chegar? Romeu Schneider, Presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco.
Tabaco, perseguição implacável
Nakao – Consultoria de Marketing
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